Nos últimos anos, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) tem dado passos significativos para reduzir o impacto de chamadas falsas, também conhecidas como trotes. Esse tipo de ligação, além de ser crime, prejudica a atuação dos bombeiros em emergências reais, podendo atrasar atendimentos essenciais. Por isso, o CBMSC investiu em tecnologias inovadoras para identificar e bloquear chamadas fraudulentas, alcançando uma impressionante redução de 65% no número de trotes entre 2020 e 2024.
O uso de sistemas avançados de monitoramento, como a identificação de números recorrentes, tem sido fundamental nesse processo. De acordo com o coronel Mateus Muniz Corradini, presidente da Coordenadoria das Centrais de Emergência do CBMSC, se um número de telefone é identificado como responsável por trotes anteriores, ele é registrado no sistema, permitindo que o operador, ao receber novas ligações desse número, possa tomar medidas preventivas. Isso resulta não só na diminuição dos trotes, mas também na agilidade e eficiência no atendimento às chamadas reais.
A integração de tecnologia de georreferenciamento também tem se mostrado um grande aliado na detecção de trotes. Ao analisar a localização exata do celular que faz a chamada, os operadores podem rapidamente identificar casos suspeitos. Caso a informação fornecida seja incoerente com a localização, a chamada pode ser tratada como potencial trote. Esse sistema de geolocalização não só acelera a identificação das ligações falsas, mas também permite que ações mais precisas sejam tomadas, garantindo que as emergências verdadeiras recebam a atenção necessária sem atrasos.
Além das inovações tecnológicas, o CBMSC também investiu em um trabalho de conscientização junto à população, enfatizando a seriedade do trote e suas consequências legais. Embora a tecnologia ajude a identificar as chamadas fraudulentas de forma mais eficaz, a conscientização continua sendo um pilar essencial na prevenção desse tipo de crime. Ao informar os cidadãos sobre os riscos de realizar trotes, os bombeiros buscam sensibilizar a comunidade para os prejuízos causados por essas ligações falsas.
A redução de trotes não é apenas uma questão de eficiência, mas também de segurança pública. Cada minuto gasto com uma falsa emergência é um minuto a menos que os bombeiros podem dedicar a um atendimento real. Com a diminuição do número de trotes, os profissionais do CBMSC conseguem se concentrar mais nas ocorrências legítimas, o que pode fazer toda a diferença em situações de risco. Esse esforço conjunto entre tecnologia e educação tem sido um grande sucesso, e a tendência é que os resultados continuem melhorando.
Entre 2020 e 2024, as chamadas falsas para o CBMSC caíram de 15.400 para 5.306, uma redução considerável que demonstra a eficácia das ações implementadas. Nos primeiros três meses de 2025, foram registrados apenas 1.195 trotes, o que indica que o trabalho realizado continua dando frutos. Isso reflete o impacto positivo das tecnologias adotadas, além da constante evolução dos sistemas de monitoramento e análise de dados utilizados nas centrais de emergência.
A tecnologia não apenas facilita a identificação de trotes, mas também permite um retorno imediato aos responsáveis pelas chamadas fraudulentas. Quando uma ligação falsa é detectada, os operadores podem entrar em contato com o número, orientando a pessoa sobre as implicações legais de realizar esse tipo de ação. Em casos mais graves, a geolocalização pode ser usada para rastrear o local da ligação e até mesmo encaminhar denúncias aos órgãos responsáveis pela aplicação da lei.
O trabalho contínuo do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina no combate aos trotes é um exemplo claro de como a tecnologia pode ser aplicada para melhorar a eficiência dos serviços públicos e garantir a segurança da população. Com a combinação de sistemas avançados de monitoramento e geolocalização, além de ações educativas, o CBMSC está conseguindo reduzir significativamente o impacto dos trotes, oferecendo um atendimento mais ágil e seguro para todos. A expectativa é que, com o tempo, mais estados e municípios adotem práticas semelhantes para combater esse problema, beneficiando ainda mais a sociedade.
Autor: Muntt Omarzo
