Santa Catarina se prepara para as eleições municipais de 6 de outubro com um cenário político peculiar: 175 dos 295 municípios do estado não terão candidatos de partidos de esquerda concorrendo ao cargo de prefeito. Segundo levantamento do portal ND Mais, nenhum dos 420 candidatos registrados nestas cidades é filiado a partidos como PT, PSOL, PCdoB, PDT, PSB, Rede, PCB ou UP.
O levantamento destaca que os partidos com maior presença nas disputas são o MDB e o PL, cada um com 113 candidatos. O PP segue com 76 candidatos, enquanto o PSD e o PSDB têm 49 e 23 candidatos, respectivamente. Essa distribuição reflete uma predominância de partidos de centro e direita na política municipal catarinense.
A ausência de candidatos de esquerda em tantas cidades levanta questões sobre a representatividade política e a diversidade ideológica no estado. Os especialistas apontam que esta situação pode ser resultado de uma combinação de fatores, incluindo a falta de estrutura partidária em algumas regiões e a dificuldade de atrair candidatos interessados para enfrentar o desafio eleitoral.
Entre os municípios sem candidatos de esquerda, destacam-se cidades como Abdon Batista, Abelardo Luz e Agrolândia, onde a disputa se concentra entre candidatos do PP, MDB e PL. Em algumas localidades, como Alfredo Wagner e Alto Bela Vista, a disputa é restrita a apenas dois partidos, refletindo a polarização política local.
A predominância de partidos de centro e de direita também se reflecte na composição das câmaras municipais, onde a presença de vereadores de esquerda é igualmente reduzida. Isso pode impactar a formulação de políticas públicas e de governança local, uma vez que a diversidade de opiniões e propostas tende a ser limitada.
A situação em Santa Catarina não é isolada no cenário nacional, mas chama a atenção pela magnitude. Em um estado historicamente conservador, a ausência de candidatos de esquerda em tantas cidades pode influenciar o debate político e as prioridades das administrações municipais nos próximos anos.
Analistas políticos sugerem que os partidos de esquerda precisam compensar suas estratégias de mobilização e engajamento em nível local para aumentar sua presença nas próximas eleições. Isso inclui fortalecer suas bases, atrair novos afiliados e investir em lideranças locais que possam representar suas bandeiras de forma eficaz.
Com as eleições se aproximando, o cenário político em Santa Catarina promete ser um reflexo das tendências nacionais, onde a polarização e a busca por alternativas políticas continuam a moldar o futuro do país.