O advogado Márcio Coutinho destaca que a Justiça Eleitoral é um dos pilares fundamentais da democracia no Brasil , sendo responsável por garantir a lisura dos processos eleitorais e o respeito à vontade popular. Criada em 1932, sua atuação vai muito além da organização de eleições, abrangendo também atividades de fiscalização, julgamento de infrações e educação política. Trata-se de um sistema especializado do Poder Judiciário, que opera de forma autônoma e com competência exclusiva sobre matérias eleitorais.
Como é formada a estrutura da Justiça Eleitoral?
A estrutura da Justiça Eleitoral é composta por diversos órgãos que atuam em diferentes níveis da federação. No topo está o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sediado em Brasília, responsável pela coordenação nacional do sistema e pela uniformização das decisões. Abaixo dele, cada estado conta com um Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que supervisiona os processos eleitorais regionais. Em nível local, atuam os Juízes Eleitorais e as Juntas Eleitorais, que lidam diretamente com o eleitorado e os candidatos durante as eleições.
Essa organização hierárquica permite uma gestão eficiente e descentralizada do processo eleitoral, atendendo às peculiaridades de cada região. Márcio Coutinho evidencia que os membros da Justiça Eleitoral são escolhidos entre juízes de tribunais, advogados e representantes do Ministério Público, o que confere diversidade e equilíbrio às decisões. A composição mista e temporária desses cargos busca garantir a imparcialidade e evitar o corporativismo judicial, reforçando a confiança pública no sistema.
Quais são as principais competências da Justiça Eleitoral?
A Justiça Eleitoral exerce um conjunto de funções que vai muito além de organizar eleições. Entre suas principais competências estão o alistamento de eleitores, o registro de candidaturas, a definição das regras eleitorais, a fiscalização da propaganda eleitoral e o julgamento de ações sobre abusos e fraudes. Ela também é responsável pela diplomação dos eleitos e pela apuração e totalização dos votos, garantindo que todo o processo ocorra de maneira transparente.

Além disso, cabe à Justiça Eleitoral analisar a prestação de contas de partidos e candidatos, fiscalizando o uso de recursos públicos e privados nas campanhas. Quando identifica irregularidades, pode aplicar sanções que incluem multas, cassação de mandato ou inelegibilidade. Márcio Coutinho informa que essa atuação fiscalizadora e punitiva é essencial para coibir práticas ilícitas e assegurar a igualdade de condições entre os concorrentes, promovendo eleições mais justas e legítimas.
De que forma a Justiça Eleitoral atua preventivamente?
A atuação preventiva da Justiça Eleitoral é um dos aspectos menos visíveis, porém mais importantes do seu trabalho. Antes mesmo do início do período eleitoral, ela promove ações educativas, como campanhas de conscientização sobre o voto, programas de combate à desinformação e cursos de formação política. Essas iniciativas visam fortalecer o senso crítico dos eleitores e a cultura democrática, prevenindo manipulações e incentivando a participação cidadã consciente.
Outro aspecto preventivo é a regulamentação antecipada das eleições, com a definição de regras claras para o financiamento, a propaganda e a conduta dos candidatos. Márcio Coutinho frisa que, ao estabelecer essas normas com antecedência, a Justiça Eleitoral reduz a margem para disputas judiciais e conflitos durante o pleito. Com isso, busca garantir a previsibilidade e a segurança jurídica do processo eleitoral, elementos essenciais para o bom funcionamento do sistema democrático.
Garantia da democracia e da transparência
A Justiça Eleitoral brasileira é um exemplo de instituição voltada à proteção da democracia, atuando com eficiência em diferentes frentes: prevenção, fiscalização e punição. Seu compromisso com a lisura do processo eleitoral é fundamental para assegurar que as eleições no Brasil ocorram de forma justa, transparente e pacífica. Em um cenário global marcado por desinformação e questionamentos à legitimidade eleitoral, a atuação firme e equilibrada da Justiça Eleitoral se revela ainda mais essencial.
Autor: Muntt Omarzo