A neutralização de carbono virou um dos assuntos mais populares entre as empresas nos últimos anos. O especialista Pablo Said explica que a prática está ligada à tentativa de compensar as emissões de gases poluentes com ações sustentáveis. Pode parecer só mais um papinho de empresa “verde”, mas a verdade é que isso já se tornou um diferencial competitivo e, em alguns setores, uma exigência do próprio mercado.
Com metas climáticas cada vez mais rígidas e consumidores mais atentos, muitas marcas passaram a enxergar o carbono como uma moeda de reputação. Ou seja, quanto menos se emite e mais se compensa, mais valor se gera, mais destaque a imagem da empresa ganha. Mas será que funciona mesmo? E por que tantas empresas aderiram à ideia?
Descubra mais, a seguir!
O que significa, na prática, neutralizar carbono?
Neutralizar o carbono não significa deixar de poluir totalmente, mas sim compensar aquilo que foi emitido com ações equivalentes. Um exemplo comum é o plantio de árvores para capturar o CO2 liberado em processos industriais ou em grandes eventos. Outra forma é financiar projetos de energia limpa, que substituem fontes poluentes por alternativas sustentáveis.
Essas medidas são certificadas por órgãos especializados, que garantem que o volume compensado corresponda às emissões geradas, de forma que o impacto ambiental seja “equilibrado”. Ou seja, se uma empresa emite 100 toneladas de CO2, ela precisa provar que “remediou” essa quantidade. O resultado não é zerar os impactos, mas sim nivelar a balança de forma responsável.

Por que isso se tornou tão importante para os negócios?
Segundo o especialista Pablo Said, empresas que investem em neutralização de carbono ganham pontos com consumidores, investidores e até com órgãos reguladores. Isso gera valor de marca, melhora o posicionamento no mercado e pode abrir portas para novos contratos, especialmente com empresas que exigem práticas sustentáveis em suas cadeias.
Nos últimos anos, muitas marcas adotaram essa prática não só por consciência ambiental, mas porque ela gera retorno. Há casos em que a redução da pegada de carbono levou a benefícios fiscais, parcerias internacionais e até aumento nas vendas. É o tipo de ação que une responsabilidade e inteligência de mercado. A tendência é que essas práticas se tornem ainda mais comuns.
Toda empresa pode fazer isso?
Sim, mas os caminhos variam conforme o porte e a área de atuação. Para uma grande indústria, o foco está em transformar processos e financiar projetos de alto impacto. Já para pequenos negócios, é possível começar com ações mais simples, como usar energia renovável, reduzir deslocamentos desnecessários ou apoiar iniciativas locais de reflorestamento.
O segredo está na mensuração correta, ressalta o conhecedor Pablo Said. Só é possível neutralizar aquilo que foi calculado. Por isso, muitas empresas recorrem a consultorias ou plataformas especializadas para entender qual é a sua pegada de carbono e como compensá-la de forma eficaz. O custo existe, mas costuma ser bem menor do que se imagina, e o retorno compensa.
Muito além de marketing verde
O especialista Pablo Said explica que neutralizar carbono não é mais um enfeite no discurso institucional. Essa prática já começa a influenciar decisões de compra, investimentos e reputação corporativa. Empresas que não se adaptam podem perder espaço para concorrentes mais alinhados às demandas do mundo atual. Compensar emissões é, ao mesmo tempo, uma ferramenta ambiental e uma estratégia de posicionamento. E como tudo indica, a tendência veio para ficar.
Autor: Muntt Omarzo